Os acontecimentos dos últimos tempos impuseram mudanças drásticas em nossos comportamentos. Do início de 2020 até aqui, as transformações chegadas com a pandemia da Covid19 mudaram completamente a forma como vivemos, como nos encontramos, e sobretudo como consumimos filmes. Mas mais do que isso, a forma de fazer estes filmes também mudou. O mundo está inquieto. A primeira edição da Mostra Cinema do Presente surge a partir do desejo de reunir obras que representam essas inquietações políticas e estéticas que se manifestam no Brasil contemporâneo.
Inquietações políticas porque esses filmes se debruçam, discutem e problematizam temas urgentes: questões indígenas, misoginia, racismo, LGBTQfobia, o desamparo e a falta de perspectivas. Inquietação estética porque, dentro da seleção, esses temas por vezes se repetem, mas nunca da mesma forma. Pelo contrário, assim como uma grande diversidade temática – que abrange crises e conflitos de muitas naturezas – a Mostra contempla uma grande diversidade estética. Os cinco programas da mostra dão conta de um amplo espectro de linguagens que não se resumem ao ficcional e ao documental, mas passam pelo filme em primeira pessoa, pelo cinema híbrido, pela autoficção e pelo experimental.
A Mostra Cinema do Presente é movida pelo cinema que consegue provocar faíscas e abalos sísmicos.
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Juliana Soares
Enock Carvalho
Matheus Farias